quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

ALTO LÁ, Tatimidia

Propaganda racista que objetifica a Mulher Negra
Alto Lá
Antes de mais nada: RESPEITO
É tudo o que a mulher negra merece
Merece RESPEITO
E também LIBERDADE

Não aquela lá da Abolição
Que aboliu também nossos direitos
Ao trabalho registrado
Ou ao nosso pedaço de chão
E continuamos sob os açoites
 
 
Nilza Iraci, jornalista - representou as mulheres brasileiras
nos debates da 66ª sessão da Assembléia Geral da ONU
Deixamos de ser cunhãs
Viramos Empregadas Domésticas
E esperamos mais 100 anos
Pra legalizar essa profissão
E continuamos sob os açoites

Mas os nossos corpos continuam sendo usados
Pela propaganda de cerveja
Devassa Negra é aquela falácia do Gilberto Freyre
O sonho erótico do filho da Casa Grande
Devassa Negra foram os seguidos estupros na Senzala
Pelos donos de mulheres negras escravizadas
Que tinham plenos direitos
Para devastar os nossos corpos
E continuamos sob os açoites

E hoje, ainda bundalizadas
E subjugadas pelo nosso corpo
Lutamos contra isso
E erguemos as nossas bandeiras
A mulher negra é juíza, é benzedeira
É advogada, curandeira
É jornalista e parteira
E continuamos sob os açoites
Isabel Fillardis, atriz e Katleen Conceição, dermatologista   


Por tudo isso a mulher negra
Merece ainda mais RESPEITO
Principalmente o respeito daqueles
Que têm as suas cuecas lavadas
E seus filhos educados
Pelas mulheres negras
Que continuam sob os açoites

Militantes ativas das conquistas
Da sua luta diária
Coletiva ou solitária
Viva a luta pela liberdade
Contra a violência dos açoites
Salve as Mulheres Negras
  Luislinda Dias de Valois Santos, juíza 
Salve as Negras Guerreiras
Alto Lá
Antes de mais nada: respeito
É tudo o que a mulher negra merece
Merece respeito
E também liberdade
É pela dignidade que se reconhece

Nenhum comentário:

Postar um comentário